Mensagem Pastoral – 09/12/2024 – Pastor Renilson Ornelas
FIM DO CASAMENTO NA VIDA DOS PASTORES: MOTIVOS, FATORES, ASSÉDIOS E SOLIDÃO
Conforme sabemos, o casamento para nós cristãos é uma ordenança divina. No que tange a questão dos relacionamentos, a união conjugal carrega em si uma das mais belas solenidades na vida do ser humano, independentemente do país onde seja realizado. O casamento hoje, em nosso tempo, na presente geração, já não tem recebido o respeito como em décadas e séculos atrás; inclusive entre os cristãos. Ao falarmos assim, não estamos desprezando o avanço da mentalidade humana, pois ela é progressiva e tudo ao nosso redor sofre alterações pela ousadia humana. Não há como negarmos. Preocupa-nos o grande movimento de separações conjugais no ambiente pastoral. Verdade é que, parece ter se tornado comum o esfacelamento conjugal onde, de forma bem simples pastores (ministros) têm desistido de suas esposas como se isso fosse a coisa mais natural da vida. Agindo assim, fica evidente que todos estão indo na contramão da Bíblia (nossa única regra de fé e prática). Vez por outra encontramos pessoas as quais nos questionam: Por quê? O que foi que não deu certo?
Na verdade, precisamos entender que existem em nossos dias uma impaciência galopante, motivadora; além de outros fatores que os têm levado a abdicarem de suas esposas (e do mesmo modo as esposas de seus maridos). Numa análise mais profunda, é fácil notarmos — além da impaciência — uma mega exposição da pessoa por conta das mídias sociais. Quanto mais expostos se mostram, mais vulneráveis se mantém e suas imagens viajam mundo afora. Como nunca visto, homens de Deus vem se expondo de forma demasiada e sem controle nas mídias socais, onde de forma sorrateira têm se tornado presas fáceis de cantadas, assédios e são paquerados (cobiçados) sem nenhum constrangimento. Muitos pastores já não têm diálogo nem contato com suas esposas no dia a dia. Assim, inseridos numa profunda frieza onde já não há mais apetite sexual algum, vão se afastando, perdendo o gosto de amar e estarem juntos. Do mesmo modo as esposas; por elas também — em boa parte dos casos — estarem muito mergulhadas, com suas mentes focadas e presas na Web. Mas existem outros fatores, tal como a má administração das finanças, as cobranças exageradas e descabidas, impotência sexual, envolvimento com agiotagens, doenças crônicas, enfim.
A Bíblia diz que o amor jamais acaba. Não arde em ciúmes, não busca seus próprios interesses, tudo sofre, tudo suporta, tudo padece. O que afinal de contas isso significa para nós? Se o esfacelamento de uma convivência conjugal (o divórcio) na vida de um cristão comum é repudiável, porque não é repudiável na vida de um pastor? Sim, o exemplo maior deve ser dado pelos pastores. Certamente, será vergonhoso ter um ministro celebrando o seu casamento sem que ele tenha a mínima condição para isso, pois não vive aquilo que prega (I Jo 2.6). Na visão dos homens modernos o casamento é um contrato (União Estável etc.); mas na visão de Deus é uma união espiritual, assim como Cristo e a Igreja (Ef. 5.32). Sabe-se que na convivência conjugal de um ministro, a carga de trabalho é intensa. Um pastor trabalha com a mente o tempo todo. Além do mais vive sob forte tensão psicológica, física e espiritual (ataques de demônios e hostes da maldade [Ef. 6.10]). As esposas precisam entender isso. Precisam ter atitudes de guerra; se preocupar um pouco mais com seu esposo/pastor e ver meios de como protegê-lo, a fim de preservarem o seu casamento. Em muitos casos, as esposas — por estarem atarefadas em tantas outras coisas — não conseguem enxergar com antecedência a solidão do marido no momento necessário e o deserto no qual ele já entrou há anos. Outro ponto a ser destacado aqui refere-se ao início do relacionamento e a consciência do que realmente deseja. Há muitos casais que já se casam separados. Como assim? Sem amor, sem ternura e sem afeto um pelo outro. Ambos precisam ser sinceros com Deus, com suas consciências e com o outro.
Que Deus em Cristo vos abençoe.
Renilson Ornelas,
Pastor da Igreja Batista Memorial de Candeias.
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